A região portuária de Paranaguá, recebeu nesta quinta-feira (16/02/2017) a simulação de uma colisão entre um trem e um ônibus, com múltiplas vítimas. O evento, que serve para testar a capacidade de atendimento dos órgãos estaduais, municipais, agências e instituições públicas e privadas em situações como esta, foi coordenado pelo Corpo de Bombeiros com participação da Polícia Militar.

A atividade começou às 10 horas com ações simultâneas em uma rua na área do Porto, no aeroparque e no Hospital Regional de Paranaguá. Algumas vítimas da cena foram encaminhadas ao Hospital de ambulância e duas graves por aeronaves do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).

O comandante do 8º Grupamento de Bombeiros (8º GB) e coordenador do Verão Paraná pelo Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Paulo Henrique de Souza, disse que a proposta de se fazer uma grande simulação é para compreender como está o nível de resposta de todas as instituições que devem atuar em uma situação de múltiplas vítimas.

“Quando se trabalha em conjunto podem ocorrer eventuais erros de procedimentos ou acúmulo de funções. O objetivo é entender como os protocolos desses órgãos são desenvolvidos, cada um na sua especialidade, todos atuando simultaneamente”, explica.

Segundo o subcomandante do 9º Batalhão de Polícia Militar e coordenador Operacional do Verão Paraná pela PM, major César Kamakawa, cabe à Polícia Militar o primeiro atendimento e a constatação do fato, sendo em seguida feito o isolamento da área até a chegada do socorro especializado. “Este evento é importante para o estabelecimento de protocolos de atuação, cada órgão tem que estar consciente das suas ações nas primeiras intervenções. O treinamento faz com que se aprimorem estas técnicas e todos os envolvidos possam desenvolver a capacidade de extensão do socorro e de atendimento a vítimas”.

ESTRUTURA – Durante a simulação cerca de 60 pessoas, de todas as instituições, órgãos e agências envolvidos trabalharam. Só caracterizadas de vítimas foram 29: sete graves, duas transportadas de aeronave, 10 verdes que necessitavam de atendimento médico, mas sem risco eminente de morte, e 12 verdes atendidas no local e liberadas posteriormente.

De ambulâncias foram utilizadas um carro da Ecovia (concessionaria do litoral), duas do Corpo de Bombeiros, sete do Samu, uma do OGMO (porto), duas da Unimed e uma do município.

Duas aeronaves (um helicóptero e um avião de asa fixa) do Batalhão de Operações Aéreas também foram usados, bem como equipamento médicos para socorro de vítima, como prancha para resgate, desencarcerador (para cortar metais) e guincho.

O ACIDENTE – O acidente simulado envolveu um trem, um ônibus de transporte coletivo e um veículo pequeno. As vítimas estavam caracterizadas com diferentes traumas e gravidades, sendo duas delas (que estavam no carro pequeno) bem grave, as quais foram retiradas do veículo pelos bombeiros e socorristas (que usaram desencarcerador), e depois levadas de helicóptero até o aeroparque.

Uma delas, a partir do aeroparque, foi transportada de ambulância para o Hospital Regional, e a outra, de avião de asa fixa, para Curitiba. As vítimas do ônibus foram sendo socorridas conforme a gravidade e separadas em grupos (verde, vermelho e amarelo).

“A partir de uma simulação como esta podemos perceber se a nossa estrutura é suficiente para atender pessoas envolvidas num acidente dessa gravidade. Temos nossos profissionais com ambulâncias suficientes para o socorro das vítimas”, relata Geovane Gonçalves do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

As equipes da Ecovia também apoiaram na simulação, também no transporte das vítimas. “A Ecovia, pelo contrato de concessão, é responsável pelo atendimento na rodovia, mas quando solicitado apoio do Corpo de Bombeiros, estará sempre à disposição. Contamos com o apoio de uma equipe médica, técnica e de enfermagem”, diz Andrei Rogério Gobi, coordenador de Tráfego da Ecovia.

Os funcionários do Porto de Paranaguá também auxiliaram na ação, principalmente cuidando do isolamento da área em apoio a Polícia Militar. “A nossa área portuária tem uma grande movimentação de veículos grandes e pesados, bem como de ônibus com passageiros. Recentemente fizemos um simulado de incêndio na zona portuária e agora estamos como parceiros para testar nossos fluxos internos, ambulância de resgate e a Guarda Portuária”, conta Felipe Zacarias, chefe de Segurança do Trabalho da Guarda Portuária.

A Guarda Municipal apoiou as equipes das demais instituições. De acordo com o chefe de Minimização de Desastres, Wellington Freitas da Silva, a Guarda Municipal ficou responsável pela segurança do local junto com a Defesa Civil, observando os erros e acertos do corpo da área de segurança. “Pudemos avaliar o tempo, a situação de estresse, a chegada das equipes no local, o deslocamento ao hospital e o apoio aéreo. Tudo isso para que todos estejam preparados e qualificados para a resposta adequada”, afirma.

Após receberem o atendimento inicial das equipes médicas no local, algumas vítimas foram encaminhadas ao Hospital Regional de Paranaguá. “Para nós é um momento muito especial porque podemos fazer uma avaliação clara da nossa capacidade de atendimento. Acho que, além de prestar o atendimento, é preciso identificar as nossas deficiências e dificuldades para depois corrigirmos. Com esta simulação podemos identificar questões de estrutura física, de equipamentos e profissionais”, destaca Alan Cesar de Orion, diretor do Hospital Regional.

SIMULAÇÃO – Participaram da atividade, além da PM e do Corpo de Bombeiros, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Ecovia, o OGMO, a COMPDEC, a Secretaria Municipal de Saúde e a empresa Rumo.

O exercício tinha como intuito testar o sistema de resposta local para situações com múltiplas vítimas. “O simulado deve ser feito todo ano, mas com temáticas diferentes. Neste ano escolhemos uma colisão entre um trem e um ônibus que é algo possível de acontecer em Paranaguá. O objetivo é testar o sistema de resposta local”, explica o capitão Ícaro Gabriel Greinert do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, que coordenou a ação.

Segundo o capitão Gabriel, a simulação aconteceu simultaneamente com os órgãos sendo acionados conforme a necessidade de um acidente desse tamanho. Após a atividade uma reunião aconteceu com todos os órgãos para apontar os pontos fortes e as melhoras necessárias. A simulação durou cerca de uma hora e 20 minutos.

Fonte: Governo do Paraná. Fotos: SESP

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